Fiquei extasiado com o que falei
Ontem eu estava participando do momento de louvor na igreja e após cantar um trecho de uma canção, fiquei como que extasiado. Não, não estava sob efeito de nenhuma unção extravagante, mas sim sob o efeito profundo do que eu acabara de proferir com meus lábios. Fiquei alguns instantes quieto e pensativo. O grupo já estava louvando a Deus com outra canção, mas eu ainda permanecia na anterior.
Meu pensamento me questionava, eu me questionava conscientemente e buscava de forma racional entender as consequências do que tinha dito. Larguei um pouco a emoção de lado, pois a emoção às vezes nos cega, mesmo sendo uma emoção boa. Não tenho dúvidas de que a ação que acontecia no palco de minha mente era de Deus. Deus estava no debate que acontecia dentro de mim. Eu, Deus e o trecho de uma canção se entrelaçávamos em busca de respostas.
Às vezes falamos coisas que não estamos vivendo ou, sem pensar, proferimos frases de compromisso que não estamos dispostos ou preparados de verdade para cumprir. Falamos, mas, na verdade, tudo aquilo que falamos logo desaparece em meio às outras memórias. Esquecemos rápido das coisas.
A frase da música que cantei quase sem pensar foi: “Te louvarei, não importam as circunstâncias”. Após refletir na profundidade do que estava dizendo, pude questionar a mim mesmo. Deus também me questionava. Hoje eu estava bem, em paz, tranquilo, sem grandes conflitos, saudável, empregado, com o casamento em ordem…
Mas e amanhã? E se as coisas andarem por caminhos desconhecidos, difíceis e dolorosos? E se a minha vida passar por teste semelhante ao de Jó, que era homem reto, integro, temente a Deus e que se desviava do mal, mas que teve o seu amor a Deus provado?
Será que o meu louvor a Deus se manteria até mesmo nestas circunstâncias? Deus me disse que o meu louvor a Ele deveria manter-se em qualquer circunstância, mas que eu deveria me preparar para os momentos difíceis, pois eu, como todo ser humano, sou fraco, e apenas firmado Nele conseguiria tal proeza. Deus queria que eu prestasse atenção no que estava dizendo e honrasse a minha palavra, pois se fizesse assim, Ele me ajudaria a cumpri-la.
Com tudo isso, algumas questões surgiram e quero compartilhá-las com você. Daquilo que temos dito, cantado, falado, prometido, o que tem sido uma verdade na nossa vida e o que tem sido apenas palavras ao vento? Que tipo de vida com Deus temos tido? Apenas uma vida de palavras ao vento? Estamos dispostos a cumprir aquilo que temos falado com unhas e dentes? Estamos dispostos a ter coragem de proferir palavras desafiantes, e com a ajuda de Deus, fazê-las se tornar realidade em nossa vida?