A mudança da “mulher ninguém”
Por André Sanchez
Ela não tinha muitos horizontes na vida. Era mulher numa sociedade preconceituosa. Certamente era alguém triste e que se sentia vazia buscando preencher os vazios. Já havia tido cinco maridos e o atual era apenas um amante. Mal vista pela sociedade, certamente era desprezada e sozinha. Além de tudo isso era uma samaritana e sofria um preconceito por conta do ódio que os judeus nutriam pelo povo samaritano. Não tenho duvidas de que ela era uma “ninguém” para as pessoas. Ela vai [sozinha] buscar água em um poço para matar a sede. Não havia ninguém que a pudesse acompanhar? Se havia, não quis acompanhá-la.
Nesse dia comum, porém, um homem cruza o seu caminho. Um homem estranho. Ele se achega e puxa conversa: “Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” (Jo 4. 7). Aquele homem deve estar com muita sede, deve ter pensado ela, pois, sendo judeu, está falando com uma mulher e ainda mais: uma mulher samaritana, inimiga de seu povo!
A “mulher ninguém” questiona Jesus: “Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” (Jo 4. 9).Em outras palavras essa mulher estava dizendo a Jesus: O que você está fazendo? Eu sou uma ninguém! Não está vendo?
Jesus, porém, havia tocado profundamente o coração dela apenas com algumas palavras e atitudes. Jesus deu atenção, não foi preconceituoso, foi educado, foi verdadeiro, foi amável, foi didático…(Jo 4. 1-30). Ele valorizou a “mulher ninguém”, transformando-a profundamente! O diálogo se aprofundou, bem como, a atenção de Jesus por ela e pelos detalhes de sua vida.
O mais surpreendente é a atitude da mulher apenas alguns instantes após conversar com Jesus. Ela rompe a sua baixa auto-estima e, de cara aberta, proclama o Deus que a fez se sentir alguém. “Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” (Jo 4. 28-29).
Diante daqueles homens ela proclamou que Deus a fizera sentir-se “alguém”, um ser humano valorizado, que tinha valor para o Pai, que podia ter uma segunda chance de ser feliz, de ser alguém, de sentir-se preenchida. Rompeu os grilhões da opressão e do vazio que sentia. Nunca mais seria a mesma “mulher ninguém” de antes!
Você também é alguém para Deus! Por mais que a cultura, a sociedade, as pessoas, o mercado financeiro, possam tentar te convencer do contrário, não permita! Jesus está de braços abertos a receber alguém especial para Ele: você!
Tome coragem, aceite ter um papo com Jesus! Faça como a mulher samaritana!