Ensino dos 10 mandamentos: O que ensina o terceiro mandamento?
Por André Sanchez
“Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Ex 20.7)
O terceiro mandamento faz parte da primeira parte dos dez mandamentos, onde vemos Deus nos mostrando como devemos agir para com Ele. Para compreendermos bem esse mandamento, precisamos refletir no que significa um “nome”.
O nome é muito mais que um rótulo que mostra a identidade de uma pessoa. O nome engloba todo o ser da pessoa: Quem ela é, como ela é, seus atributos, particularidades, atitudes. Tudo isso está inserido no nome. Quando menciono o nome Jesus Cristo, não menciono apenas um rótulo, mas tudo que esse nome carrega com ele. Poderíamos fazer uma lista imensa de particularidades desse nome. Tudo isso forma o “nome” de alguém.
Assim, o terceiro mandamento está claramente nos mostrando que Deus deseja ser honrado por tudo que Ele é, que Ele fez, que Ele representa, que Ele revelou e manifestou ao ser humano. Isso é o que quer dizer “nome” no texto.
Observe que o mandamento traz dentro de si uma severa advertência de Deus a respeito da desonra ao Seu nome: “…o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Ex 20.7). Essa fala demonstra que Deus não aceita a falta de reverência diante de Seu nome.
Para exemplificar mais detalhadamente, deixo agora um trecho muito interessante do Catecismo Maior de Westminster, que é um dos símbolos de fé das igrejas reformadas. Veja como ele descreve de forma interessante e exemplificada os tipos de pecados proibidos no terceiro mandamento:
“Os pecados proibidos no terceiro mandamento são: o não usar o nome de Deus como nos é exigido ( Ml 2. 2), e o abuso dele por uma ignorante ( At 17. 23), vã, irreverente ( Pv 30. 9), profana ( Ml 1. 6,7,12), supersticiosa ( Jr 7. 4; Cl 2. 20,22) ou ímpia menção ou outro modo de usar os títulos, atributos ( Ex 5. 2¸Sl 139. 20), ordenanças ( Sl 50. 16), ou obras de Deus ( Is 5. 12); a blasfêmia ( II Rs 19. 22; Lv 24. 11); o *perjúrio ( Zc 5. 4), votos e sortes ímpias ( Rm 12. 14; I Sm 17. 43; II Sm 16. 5); a violação dos nossos juramentos ( Jr 5. 7; Jr 23. 10) e votos ( Dt 23. 18; At 23. 12), quando lícitos ( Et 3. 7; Et 9. 24; Sl 24. 4; Ez 17. 19), e o cumprimento deles, se por coisa ilícita (Mc 6. 26; I Sm 25. 22, 32-34); a murmuração e as queixas ( Rm 9. 14,19,20) contra os decretos e providências de Deus, a pesquisa curiosa ( De 29. 29) e má aplicação das ordenanças ( Rm 3. 5,7) e providência de Deus ( Sl 73. 5,7); a má interpretação ( Mt 5. 21-48), a má aplicação ( Ez 13. 22) ou qualquer perversão da Palavra, ou de qualquer parte dela ( II Pe 3. 16; Mt 22. 29); as zombarias profanas ( Ef 5. 4), questões curiosas e sem proveito, as vãs contendas de palavras, ou a defesa de doutrinas falsas ( I Tm 6. 4,5,20; II Tm 2. 14; Tt 3. 9); o abuso da Palavra, das criaturas, ou de qualquer coisa compreendida sob o nome de Deus, para encantamentos ( Dt 18. 10.11) ou *concupiscências, e práticas pecaminosas ( II Tm 4. 3,4; Jd 4; Rm 13. 13,14; I Rs 21. 9,10); a maledicência ( At 13. 45), desprezo ( II Pe 3. 3; Sl 1. 1), *vituperação ( I Pe 4. 4), ou qualquer oposição à verdade, graça e caminhos de Deus ( At 13. 50; At 4. 16, At 19. 9; I Ts 2. 16; Hb 10. 29), a profissão religiosa por hipocrisia ou para fins sinistros ( II Tm 3. 5; Mt 23. 14; Mt 6. 1-3.5,16); o ter vergonha da religião ( Mc 8. 38) ou o ser uma vergonha para ela, por uma conduta inconveniente ( Sl 73. 14,15), imprudente ( Ef 5. 15,17; I Co 6. 5,6), infrutífera ( Is 5. 4; II Pe 1. 8,9) e ofensiva ( Rm 2. 23,34), ou por hipocrisia ( Gl 3. 1,3; Hb 6. 6).”
*Perjúrio: Juramento falso
*Concupiscência: Desejo de fazer ou de ter aquilo que não agrada a Deus
*Vituperação: Insulto, zombaria
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