Quem é o devorador citado na Bíblia Sagrada?
Você Pergunta: Estou passando por dificuldades financeiras por causa de uma doença grave de minha esposa. Por conta disso, não tenho conseguido ser dizimista faz alguns meses. Ontem tive que ouvir de um irmão que estou passando dificuldades por causa do devorador! Dizendo que dei brecha e agora o devorador vai destruir minhas finanças e meus bens! Estou muito triste com essa palavra!
Caro leitor, fiquei igualmente triste pela péssima palavra que esse irmão dirigiu a você! Mas quero te convidar a levantar a cabeça e aprender a verdade sobre esse devorador citado por muitos!
Se você que lê esse estudo agora é evangélico provavelmente já deve ter ouvido alguém falar a respeito do devorador.
Muitas igrejas pregam a respeito desse tal ser. Algumas corretamente, outras, por falta de conhecimento bíblico, erroneamente, trazendo ao povo confusão, engano e em muitos casos muitas dores e tristeza!
Por isso, faz-se necessário restaurar a verdade sobre esse tema, estudando corretamente o que a Bíblia diz sobre o devorador!
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Analisando o devorador citado no Velho Testamento
(1) O texto mais famoso citado para falar a respeito do devorador é Malaquias 3:11, que diz:
“Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos”
Esse texto é a continuação de Malaquias 3:6-10, o famoso texto que fala a respeito de dízimos no Antigo Testamento. Nesse texto Deus chama a atenção do povo que deixava de dizimar conforme estava estabelecido na Lei de Moisés!
Um bom grupo de pessoas diz que o “devorador” mencionado nesse texto é um demônio que destrói as finanças daqueles que não dão os 10%, ou seja, que não são dizimistas.
As pessoas que pregam nessa linha trazem ameaças de destruição financeira aos seus ouvintes se os mesmos não forem dizimistas fieis.
O devorador não era um demônio!
(2) Exatamente! Ele não era um demônio! Os que afirmam que esse devorador citado no texto é um demônio, no mínimo, faltaram em algumas aulas de interpretação da Bíblia.
A primeira coisa a sabermos é que no Antigo Testamento, a aliança que vigorava era uma aliança baseada na obediência.
Se o povo fosse obediente às leis de Deus seriam abençoados. Essas bênçãos eram visivelmente mandadas em forma de paz e boas colheitas e prosperidade.
Se fossem desobedientes, seriam amaldiçoados. Falta de paz e colheitas ruins estavam em vista aqui. (Deuteronômio 28).
Nas bênçãos da obediência, está escrito: “O SENHOR determinará que a bênção esteja nos teus celeiros e em tudo o que colocares a mão; e te abençoará na terra que te dá o SENHOR, teu Deus” (Deuteronômio 28:8).
Ao mesmo tempo, temos também as maldições caso deixassem a aliança e fossem desobedientes ao Senhor: “Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá” (Deuteronômio 28:38).
(3) Em uma das ameaças de maldições em suas colheitas, que Deus manda ao povo através do profeta Joel, vemos descrito o seguinte:
“O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.” (Joel 1:4).
Observe que é exatamente a aplicação da lei de Moisés que vimos. O povo desobediente iria ter as bênçãos retiradas e isso seria visto nas lavouras, com o ataque de pragas!
Fica cristalino que não temos aqui nada a respeito de demônio chamado de devorador, mas Deus permitindo que a natureza penalize àqueles que não obedeciam à sua aliança. E mais: isso não era focado em dízimos, mas em toda a aliança!
(4) Assim, o texto de Malaquias 3:11 diz a mesma coisa: “Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos”.
Esse devorador certamente se tratava de um tipo de gafanhoto altamente destrutivo ou outro “bicho” que acabava com as plantações (que eram a base da economia do povo de Israel).
A ação devastadora desse “ser” acabava com a prosperidade do povo em pouco tempo atacando suas lavouras.
Quando o povo era obediente a Deus e cumpria a Sua lei, que no caso desse texto é a lei de dizimar, Deus abençoava suas colheitas e negócios. Esse é o sentido desse texto.
Assim, não faz sentido usar esse texto para afirmar que o devorador era um demônio ou coisa parecida. Nem faz sentido ameaçar as pessoas hoje em dia com esse devorador.