Mesmo crendo em Jesus preciso fazer oração de quebra de maldição?
Você pergunta: Estive afastado do Senhor por 10 anos, tive envolvimento com bebidas e drogas. Faz 8 meses que me reconciliei com Jesus, mas tenho dúvidas se preciso fazer oração de quebra de maldição por causa das coisas erradas com que me envolvi. Um amigo me disse que seria bom participar das 7 sextas-feiras para quebrar tudo que ficou de maldição na minha vida.
Caro leitor, é muito oportuna sua pergunta já que muitas pessoas têm passado pela mesma dúvida, principalmente por causa da falta de explicações bíblicas sérias de algumas igrejas aos seus fieis e também por causa de desvios doutrinários de muitas denominações em nosso tempo.
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Preciso participar de “quebras de maldição”?
(1) É preciso entender que quando cremos em Jesus somos selados pelo Espírito Santo da promessa: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa” (Efésios 1:13).
Somos, então, justificado pela redenção que há em Jesus: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24).
Somos ainda propriedade exclusiva de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
Com isso quero demonstrar que a obra que Deus faz na vida do salvo é perfeita e eficaz, não necessitando qualquer “oração forte de libertação” que venha a “complementar” a obra de Deus na vida do salvo.
Mas se a obra é perfeita e eficaz, por que ainda pecamos e por que pessoas se desviam? Não seria uma maldição que ainda permanece ali?
(2) É verdade que mesmo o salvo, se não for vigilante e mantiver uma comunhão firme com o Senhor, pode dar ouvidos às tentações da carne e se enveredar por uma vida de pecado que não agrada a Deus. Isso não é uma falha na obra de Deus, mas na forma negligente com que encaramos a vida cristã.
Porém, a Palavra é clara quando diz que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9).
Ou seja, todas as maldições já foram quebradas plenamente por Cristo. O perdão dado por Deus diante do arrependimento é pleno, não necessitando sacrifícios, penitências e nem orações de quebra de maldição que venham a “complementar” a obra de Deus.
Porém, não confunda convertido com convencido! Veja o que João diz: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9).
Pecados como prática constante na vida de uma pessoa pode indicar que ela não se converteu ainda, ou seja, ainda se mantém na maldição do pecado, necessitando aqui de um encontro verdadeiro com Cristo!
(3) As igrejas que pregam que há a necessidade de que algum líder faça orações “de poder” para libertar crentes de maldições estão equivocadas.
Elas deveriam ensinar o crente a manejar bem a Palavra de Deus, a fim de estarem preparados para resistir aos seus inimigos, que são o mundo, a carne e o diabo.
Deveriam ensinar também a suficiência da obra de Cristo, a fim de que os crentes sejam mais firmes em suas posturas e não vivam com “medinho” de tudo ao seu redor.
A libertação operada pela obra de Cristo é suficiente para quebrar toda e qualquer maldição: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36)
(4) O que acontece na vida do convertido é o que a Bíblia chama de guerra entre a carne e o Espírito: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5:17)
Essa guerra acontece porque a pessoa que creu em Cristo agora foi morta para o pecado, mas o pecado não está morto.
Ele tentará voltar para reaver essa pessoa para uma vida de novos pecados. A atitude dessa pessoa deve ser a de viver como “novo homem” (Efésios 4.24), buscando diariamente a santidade e a obediência a vontade de Deus.
“e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:24)
(5) Assim, quero concluir dizendo que não existe a mínima necessidade de que alguém faça oração de quebra de maldições.
É desnecessário já que a obra de Cristo é perfeita e completa. O perdão dado por Deus mediante o arrependimento não precisa de complementações para ser pleno.
O que deve haver é uma busca incessante em fazer a vontade de Deus e não da carne, em resistir às tentações do inimigo, em ser santo como Deus é Santo.
Como Paulo bem disse, a obra de Cristo em nossas vidas nos abre caminho para uma vida nova na presença de Deus: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17)
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