Maria, mãe de Jesus, permaneceu virgem após ter dado à luz a Cristo?
Você Pergunta: Há alguns meses entreguei minha vida a Jesus. Eu era católica, mas não lia muito a Bíblia. Comecei estudar mais a fundo a Bíblia e começaram surgir muitas dúvidas em minha mente. Uma delas é sobre a afirmação católica de que Maria permaneceu virgem para sempre. A Bíblia parece dizer o contrário, mas a doutrina católica afirma isso veementemente. Poderia me explicar essa questão?
Cara leitora, realmente existe uma doutrina católica que afirma que Maria, mãe de Jesus, permaneceu virgem antes, durante e depois do parto. (veja esse posicionamento católico nesse link).
Porém, esse posicionamento está mais fundamentado nos dogmas católicos do que na própria Bíblia Sagrada que, segundo cremos, é a única e exclusiva revelação de Deus aos homens.
Cremos que Cristo nasceu de forma extraordinária, num nascimento virginal. Mas será que Maria permaneceu virgem mesmo após o nascimento de Cristo? Vamos recorrer à Bíblia para elucidar essa questão.
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Maria permaneceu virgem para sempre?
(1) Não há dúvida alguma sobre o nascimento de Jesus ter sido um milagre de Deus. Isto é claro na Bíblia:
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mateus 1:18).
Ou seja, quanto a gravidez, de fato, Maria era virgem quando ficou grávida pelo poder do Espírito Santo. Mas ela sempre foi virgem até o final de sua vida? A resposta é não e isso está na Bíblia!
(2) A Bíblia afirma que José e Maria se casaram e que tiveram relações sexuais como qualquer casal!
“Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus” (Mateus 1:25).
Esse verso deixa claro que após Deus realizar sua vontade no nascimento de Cristo, o casal seguiu sua vida normalmente!
Seria bastante óbvio que se o autor quisesse mostrar que Maria ficou virgem para sempre teria dito que José nunca “a conheceu”, que é a palavra ali para ter relações sexuais.
(3) A Bíblia também diz claramente que Jesus teve irmãos:
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?” (Marcos 6:3).
Os católicos argumentam nesse ponto: “Mas todos sabem que em hebraico o termo “irmão” pode indicar qualquer parentesco, como sobrinho (Gênesis 12:5 e 13:8), tio, primo (1 Crônicas 23:22) e até amigo (Gênesis 29:4). (Fonte: http://www.franciscanos.org.br).
Qualquer estudioso mais atento da Bíblia sabe que o Novo Testamento não foi escrito em hebraico, conforme o argumento católico acima, e sim em grego. Note, por exemplo, o que está escrito em Mateus 12.46: “Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe.”
Fiz uma pesquisa desse mesmo texto na tradução Católica da Bíblia Ave Maria e nela está traduzido assim: “Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.” (Mateus 12.46 – Bíblia Ave Maria).
(4) Ora, se o argumento é de que essa menção da palavra “irmãos” se refere a parentes próximos, porque não traduziram assim? Por que mantiveram a tradução como irmãos?
Simples: Porque realmente se trata dos irmãos de Jesus, filhos de Maria e José. A palavra grega usada no texto de Mateus 12:46 para irmãos é “adelphos”.
Ela não é usada no Novo Testamento para designar parentes próximos. Os usos mais frequentes dela são para designar “um irmão, quer nascido dos mesmos pais ou apenas do mesmo pai ou da mesma mãe”, “um fiel companheiro, unido ao outro pelo vínculo da afeição”, “irmãos em Cristo” (Léxico Strong – palavra grega G80).
Já a palavra hebraica comumente traduzida no Antigo Testamento por “irmão” e que também aceita tradução para parentes próximos é “’ach”, ou seja, não tem nada a ver com a palavra utilizada no Novo Testamento, onde estão os textos que falam dos irmãos de Jesus.
(5) Temos ainda várias outras menções dos irmãos de Jesus no Novo Testamento. Em um dos textos até o nome deles são citados. E ainda nos é revelado que Jesus também tinha irmãs: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?” (Marcos 6:3).
A Bíblia ainda nos revela que os irmãos de Jesus não creram Nele por algum tempo: “Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (João 7:5).
Mas depois se diz claramente que os irmãos de Jesus o seguiram após a sua ressurreição: “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.” (Atos 1:14).
Assim, fica claro que Maria teve sim outros filhos e não permaneceu virgem após o nascimento de Cristo. Ela casou-se com José e seguiu normalmente sua vida de casada como qualquer moça da época.
(6) Creio que essa argumentação seja suficiente, porém, ainda podemos pensar que Maria e José eram casados e que em nenhum momento a Bíblia afirma que não tinham uma vida normal de casados, pelo contrário, diz que Maria era mulher de José (Mateus 1:24).
E sendo mulher de José, após cumprir a missão dada a ela pelo Senhor de dar à luz ao Cristo, cumpriu seu papel de esposa fielmente, dando a José aquilo que era de direito dele como esposo.
E nisso não houve pecado da parte dela. Eles seguiram a cultura judaica que via nos vários filhos um sinal da bênção de Deus. O argumento católico de que Maria teria feito voto de castidade para toda a vida não pode ser sustentado à luz das Escrituras.
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