Campanhas na igreja é bíblico?
Você Pergunta: Atualmente tem estado muito na moda as igrejas fazerem campanhas. Algumas acho até legais como de doação de roupas e mantimentos aos pobres, mas essas são a minoria. A esmagadora maioria costuma fazer campanhas do tipo “sete sextas-feiras de libertação…”, “10 semanas da prosperidade financeira…”, “7 quartas-feiras de poder…”, etc. Podemos afirmar que essas campanhas são bíblicas? O que você pensa sobre o assunto?
Caro leitor, você observou bem, mas não é de hoje que esse tipo de proposta tem tomado conta de muitas igrejas.
Uma campanha acaba e começa outra. Penso que devemos pontuar algumas questões para chegarmos a uma conclusão bíblica sobre o assunto.
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Campanhas na igreja é bíblico?
(1) Creio que algumas ações da igreja como comunidade são bíblicas e legítimas. Essas ações muitas vezes são denominadas campanhas, mas não podem de forma nenhuma ser confundidas com o tipo de campanha que falaremos a seguir e que não são bíblicas.
Eu vou citar alguns exemplos de campanhas realizadas na igreja que considero bíblicas. Vou dar aqui o exemplo da minha comunidade, não para me orgulhar, apenas para exemplificar algo que conheço de perto.
Mês passado fizemos uma campanha para levantar recursos para ajudar uma irmã muito pobre que estava com um sério problema dentário.
Já fizemos campanhas de oração pela nossa pátria. Campanhas de recolhimento de fraldas geriátricas para levar a velhinhos em asilos. Etc.
Creio que esse tipo de campanha fortalece a igreja enquanto comunidade e a faz crescer em espiritualidade e prática da palavra de Deus, principalmente quando as campanhas têm o foco no próximo e no crescimento do corpo de Cristo.
Evidentemente que esse tipo de campanha de forma nenhuma deve ocupar o centro de nosso culto a Deus, onde adoramos a Deus e a Bíblia é pregada, elas são apenas um convite aos crentes a participar dessa mobilização em prol desses bons objetivos.
(2) Vejo, por exemplo, Paulo elogiando as igrejas da Macedônia que fizeram uma espécie de campanha para abençoar financeiramente os santos da igreja (2 Coríntios 8:1-5).
A rainha Ester também clamou ao povo que fizesse uma espécie de campanha de jejum em favor de uma investida dela em favor do povo judeu perante o rei (Ester 4:16).
Ou seja, algumas ações da igreja, quer chamem de campanha ou de outro nome, podem sim ser legítimas e bíblicas.
(3) No entanto, muitas das campanhas que têm sido feitas hoje em dia são um tipo de campanha com objetivo de fidelizar o fiel a determinada igreja, de forma que ele fique preso a uma participação constante (geralmente sete semanas, sete meses, etc.)
E também, claro, deposite ali recursos financeiros que, quase sempre, são uma espécie de barganha com Deus, onde se condiciona o recebimento de alguma bênção à participação e oferta naquela campanha específica.
Além do fato de muitos simbolismos sem contexto bíblico que levam as pessoas a uma série de crendices e superstiçoes que não encontram respaldo na Palavra do Senhor.
Numa pesquisa rápida no Google sobre campanhas, encontrei, por exemplo, a “segunda-feira da vitória contra o devorador”, a “campanha da rosa ungida que absorve todo o mal”, “campanha derrubando gigantes”, a “campanha para você aprender a falar, pensar e viver a prosperidade”, etc.
Nem um pouco bíblicas essas campanhas, concorda?
(3) Como podemos observar claramente, esse tipo de campanha têm objetivos pautados na teologia da prosperidade e teologias parecidas, onde o homem é o centro e onde Deus é “obrigado” a dar aquilo que a pessoa que se sacrificou pediu.
Deus vira um mero empregado a serviço do pastor. Esse tipo de campanha, além de não ser bíblica, pois fere princípios da palavra de Deus, mantém as pessoas distantes da verdadeira comunhão com Deus e do verdadeiro culto ao Senhor.
(4) Dessa forma, campanhas como essas esdruxulas que vemos por ai devem ser rejeitadas, porém, campanhas que têm objetivos bíblicos, como o crescimento espiritual, a pregação da palavra, o serviço ao próximo, etc., podem e devem sim ser feitas como um importante instrumento da igreja para abençoar o próximo e o crescimento saudável da igreja.
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