O cristão pode ser policial ou militar? E se precisar matar um bandido?
Você pergunta: Eu sempre sonhei seguir a carreira militar. Mas desde que me converti há alguns meses tenho tido muitas dúvidas, pois não sei se o cristão pode ser policial. Fico pensando, por exemplo, se eu precisar atirar em um bandido e ele morrer. Eu não estarei pecando contra o mandamento de não matar? Ajude-me a refletir sobre isso, estou muito confuso.
Caro leitor, sobre o cristão ser policial ou militar, veremos a seguir que não existe qualquer proibição na Bíblia.
Mas é importante refletirmos com profundidade sobre o assunto para que, caso você siga essa carreira, saiba exatamente o que a Bíblia te permite ou não fazer.
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Cristão pode ser policial ou militar?
(1) Em primeiro lugar é preciso compreender que a Bíblia ensina que Deus estabeleceu autoridades para que aqueles que andam contra a lei, prejudicando a sociedade de alguma forma, sejam punidos de forma exemplar:
“visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Romanos 13:4).
Esse texto deixa bem claro que a ação punitiva da autoridade, de acordo com as leis e dentro de suas funções, é respaldada por Deus para que haja castigo para o que pratica maldades e para proteger as pessoas de bem.
(2) Sendo assim, uma primeira conclusão a que chegamos é que o cristão pode ser policial ou militar. Seguir essa carreira não é nenhum pecado, não vai contra os ensinos bíblicos.
Dentro dessas funções estabelecidas nessa carreira, o cristão será um braço da lei para ajudar na punição de quem comete crimes e proteger as pessoas de bem na sociedade.
Inclusive, muitos servos de Deus na Bíblia tiveram funções de autoridade: José do Egito, Moisés, Davi, Daniel, etc.
E se o policial cristão precisar matar algum bandido?
(3) Sabemos que Êxodo 20:13 nos ensina a não matar, pois a vida é preciosa para Deus. Mas em outros textos Deus estabelece que a legítima defesa é um direito.
“Se um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2).
Isso porque o “não matarás” do mandamento não tem aplicação em todas as situações. Por exemplo, na própria lei de Deus havia pena de morte para determinados pecados/crimes. E essa pena era executada por pessoas:
“Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe será morto” (Êxodo 21:17). A pessoa que transgredisse essa lei iria sofrer as consequências dela, aplicada por autoridades da comunidade, levantadas para isso.
O policial, no exercício de sua função, além de em alguns momentos precisar defender a sua própria vida, poderá também ter de defender a vida de terceiros como a sua função preconiza.
Eventualmente, poderá ocorrer casos em que ele terá de usar a legítima defesa. Nesses casos o policial não peca no exercício de sua função.
Podemos citar, por exemplo, um caso em que um bandido pega uma pessoa como refém e ameaça seriamente a vida dessa pessoa.
A polícia, esgotadas as possibilidades de negociação, pode decidir que um atirador de elite abata o meliante. Nesse caso, na defesa de uma pessoa de bem, não peca em atirar contra o bandido.
E se um policial cristão ou militar receber uma ordem contrária à Bíblia?
(4) Como em qualquer profissão sempre existirá a possibilidade de um cristão receber ordens de seus superiores que sejam contrárias à sua fé.
Nesse caso, deve buscar a sabedoria de Deus e o diálogo e não executar ordens que sejam contrárias à palavra do Senhor, mesmo que isso lhe gere retaliações, conforme vemos claramente nos atos de servos de Deus na Bíblia:
“Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
(5) Vale lembrar que, apesar de a Bíblia apoiar as autoridades no uso de suas atribuições para o bem da sociedade, a Bíblia proíbe veementemente que as autoridades usem de sua posição de forma autoritária, injusta e corrupta:
“Maldito aquele que aceitar suborno para matar pessoa inocente. E todo o povo dirá: Amém!” (Deuteronômio 27:25).
(6) Assim, concluímos que o cristão pode ser policial ou militar, mas essa não é uma carreira fácil. Ele deverá cuidar para que seja correto, íntegro e justo na aplicação da lei aos maus indivíduos.
Poderá usar da força e da legítima defesa quando necessário, mas deve manter-se longe do abuso de autoridade, da corrupção e da injustiça.
Agindo dessa forma será um grande instrumento do Senhor na polícia ou no serviço militar.
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