Expiação limitada e ilimitada. Jesus morreu por todos ou por alguns?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você pergunta: Estou em um debate com um amigo meu a respeito de expiação limitada e expiação ilimitada. Afinal, Jesus morreu por todos ou apenas por alguns? Como podemos entender melhor essas duas visões que acabam confundindo muitas pessoas? Se ele morreu por alguns apenas, isso não seria acepção de pessoas?

Caro leitor, essa realmente é uma discussão que vem sendo travada há séculos. Isso porque cada grupo entende de uma forma alguns grupos de versos bíblicos a respeito do alcance da morte de Jesus Cristo. Vamos esclarecer um pouco cada uma das visões:

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Jesus Cristo morreu por todos? (Expiação ilimitada)

(1) Um grupo grande de pessoas afirma que Jesus morreu por todas as pessoas, o que chamamos de expiação ilimitada. Eles se baseiam em textos onde isso parece ser afirmado como em 1 João 2:2: “e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

(2) Dificuldades: Essa interpretação apresenta algumas dificuldades como, por exemplo, se Jesus morreu por todos por que todos não são salvos? A isso alguns respondem que o sacrifício de Jesus foi potencialmente em favor de todos, ou seja, era um sacrifício capaz de salvar a todos.

Mas se torna eficaz apenas para aqueles que escolhem aceitar esse sacrifício. Nesse sentido, quem defende essa visão entende que o ser humano tem certo papel a desempenhar em sua salvação.

Ou seja, a pessoa pode resistir à salvação que Deus deu a ela e até perdê-la.

(3) Os críticos dessa posição da expiação ilimitada apontam que “mundo” e “todos” na Bíblia devem ser interpretados dentro de seus contextos.

Por exemplo, quando alguém diz: “vou convidar todo mundo para meu aniversário!” não significa que a pessoa vai convidar as mais de 7 bilhões de pessoas que existem no mundo, mas “todas” as pessoas do convívio dele. Esse seria mais ou menos o significado de “mundo” e “todos” em vários textos bíblicos.

Jesus Cristo morreu apenas por alguns? (Expiação limitada)

(4) Um grande grupo de pessoas afirma que Jesus morreu apenas pelo Seu povo, ou seja, pelos que Deus de antemão já havia escolhido, o que chamamos de expiação limitada.

Eles se baseiam em textos como Mateus 26:28 “porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”. E também em textos que falam sobre a predestinação dos salvos.

(5) Dificuldades: Essa interpretação sofre muitos ataques sendo acusada de diminuir o amor de Deus, já que o sacrifício de Jesus Cristo seria apenas para os escolhidos e não para todos.

A isso alguns respondem que não há falta de amor de Deus em escolher pessoas, pois Deus é livre para tal, da mesma forma que escolheu, por exemplo, Israel dentre vários povos no passado.

Nesse sentido, quem defende essa visão entende que o ser humano não pode dizer não quando Deus o chama para ser salvo, antes, o chamado de Deus é irresistível.

(6) Os críticos dessa posição da expiação limitada apontam que quando a Bíblia diz que o sangue de Cristo foi derramado “por muitos” está afirmando exatamente a eficácia do sacrifício de Jesus Cristo para aqueles que “escolhem” ou “aceitam” Jesus em suas vidas.

Seria exatamente quando o sacrifício de Jesus se encontra com a responsabilidade humana que o reconhece com um coração quebrantado.

(7) Como vimos, existem duas posições que debatem há séculos sobre essa questão. Por isso, não pretendo ser aquele que conseguirá resolver esse debate. Eu tenho minha posição preferida, mas respeito aqueles que pensam diferente.

O fato mais notório é que Jesus morreu para salvar pecadores. Isso todos concordam. Todos concordam também que o meio para alcançar os pecadores é a pregação da Palavra do Senhor, expondo o evangelho, o nascimento do Salvador e Sua morte para nos salvar.

Anomalias vindas da expiação limitada e expiação ilimitada

(8) Anomalias: Infelizmente, de dentro de cada uma dessas interpretações saíram anomalias que todos os estudantes sérios da Bíblia identificam de forma clara.

Uma delas, a mais conhecida, é chamada de universalismo, que aponta que o amor de Deus é tão grande que no final todos serão salvos, mesmo quem não creu em Jesus Cristo. Esse pensamento é uma afronta a palavra de Deus.

Outra anomalia que ouço muito e gosto de chamar de “exclusivismo exagerado” aponta para pessoas que se acham as escolhidas de Deus e agem como os fariseus que formaram um grupo fechado cheio de regras exclusivas e impunham esse peso na vida das pessoas.

Para serem salvas as pessoas deveriam estar naquele grupo e fazer tudo que eles faziam e ordenavam. Isso também é algo que não está de acordo com a Bíblia.

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