O crente pode participar da política? O que a Bíblia diz?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Em breve teremos eleições e uma dúvida que tenho é se o crente pode participar da política segundo a Bíblia, pois tenho visto muitos crentes na política que têm envergonhado o nome de Deus, pois esse é um ambiente muito sujo em minha opinião. A Bíblia tem algum mandamento com relação a isso? E na igreja, os crentes devem fazer política para algum candidato?

Caro leitor, essa é uma pergunta bastante pertinente para refletirmos em nossos tempos. Apesar da Bíblia não falar diretamente sobre a participação de crentes na política como a conhecemos em nossos tempos…

Temos sim várias descrições e conselhos que permitem-nos tirar algumas conclusões importantes a respeito da participação de servos de Deus na vida política de sua cidade, estado ou país.

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O crente pode participar da política?

(1) Temos narrado na Bíblia o próprio Deus colocando em muitos momentos servos Dele em cargos políticos para a realização de trabalhos especiais. Por exemplo, José do Egito.

O próprio Deus o elevou a governador do Egito. O Egito era um país pagão, que adorava a outros deuses, mas mesmo assim Deus colocou José lá para fazer a diferença em seu campo de atuação.

“Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gênesis 45:8).

Podemos também lembrar do rei Davi, também levantado por Deus para governar Israel no período dos reis.

Observe nesses dois exemplos que crentes foram usados por Deus tanto em locais pagãos como dentro do próprio Israel, que era considerado o povo de Deus no Velho Testamento.

Isso nos mostra em uma primeira análise que participar da política não representa um pecado e pode ser uma missão de Deus para algumas pessoas.

Servos de Deus participaram da política em toda a Bíblia

(2) Isso mostra também que o crente pode participar da política. Não existem impedimentos bíblicos quanto a isso.

No entanto, o crente deve saber onde está entrando, pois uma das características da política é o “jogo sujo”.

Um crente que participa da política, pensando em entrar em cargos políticos, ou até mesmo por meio do seu voto, deve ter em mente que precisa honrar a Deus e saber lidar com as sujeiras existentes de forma santa.

Cito como exemplo disso o profeta Daniel. Ele também foi elevado por Deus a um alto cargo político na Babilônia.

“Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia. (Daniel 2:48)

Mas ele foi fiel a Deus, não pensando duas vezes em manter sua posição justa mesmo diante de ordens injustas que vieram para tentar desviá-lo.

Ele foi até mesmo jogado na cova dos leões como resultado de sua postura de fidelidade aos princípios de Deus como é de conhecimento de todos (foi fiel mesmo estando em um país estrangeiro).

(3) Isso nos leva a entender que a participação do crente na política de forma saudável é algo bom para a sociedade, pois sabemos que a política influencia muito em muitas questões de um país.

No entanto, não devemos ser, por exemplo, como alguns reis de Israel que confiaram na política e em acordos políticos acima de Deus, como se a política por si só fosse resolver todas as questões. Esse equilíbrio é muito necessário para que haja saúde na participação política.

(4) Além dos cargos políticos, muitos questionam sobre uma participação mais ativa do crente nas questões políticas de sua cidade, estado ou país.

Aqui também não temos impedimentos bíblicos a esse tipo de participação, desde que as causas sejam justas e corretas diante de Deus.

Quando Deus enviou seu próprio povo como escravos para a Babilônia, Ele mandou que o profeta Jeremias os orientasse:

“Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29:7).

O crente deve orar e militar sempre por causas justas, tomando muito cuidado para não se deixar ser manipulado e nem buscar “guerra” para que sua visão política prevaleça!

Militâncias políticas injustas e que ferem a vontade do Senhor certamente o desagradarão e não trarão bênçãos duradouras àquela causa.

O livro de provérbios trabalha muito bem este tema quando ensina: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança” (Provérbios 11:14).

Um exemplo interessante sobre isso é quando temos posicionamentos de crentes, por exemplo, contra políticos que querem aprovar leis a favor do abordo e de outras pautas terríveis como essa!

Essas são causas injustas e os crentes devem se posicionar como luzeiros do mundo, mostrando a verdade de Deus!

(5) Dessa forma, concluo dizendo que se Deus te chamar a trabalhar em pequenos ou grandes cargos políticos, coloque isso diante do Senhor e se dedique ao trabalho.

Faça como grandes servos como José do Egito, Moisés, Davi, Daniel, que não foram perfeitos, mas mostraram fidelidade ao Senhor e à missão dada por Ele.

Não permita que as maldades do mundo político penetrem em seu coração e nem que a sedução do poder eleve seu orgulho a ponto de se desviar dos propósitos de Deus:

“Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6).

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