O que era o dia da expiação no Antigo Testamento? Ainda deve ser feito?
Você Pergunta: Eu gostaria de saber mais detalhes sobre o dia da expiação que era feito no Antigo Testamento. Queria saber porque era feito e como era feito? Hoje em dia esse tipo de lei ainda deve ser obedecida? Se é, como funciona isso?
Cara leitora, essa pergunta me deu uma grande oportunidade de falar de uma das leis mais interessantes e cheias de significado que encontramos no livro de Levítico. Vamos agora entendê-la com detalhes?
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O que era o dia da expiação no Antigo testamento?
(1) A primeira coisa a entender é o significado da palavra expiação, que é uma palavra pouco usada hoje em dia, mas que tem um forte significado na Bíblia.
Expiação é quando Deus perdoa o pecado de um pecador arrependido e se reconcilia com o pecador através de um sacrifício de um “substituto”, ou seja, nesse caso, Deus aceitava o animal que era sacrificado no lugar do pecador que deveria morrer por conta de seu pecado, mas que é “salvo” por esse substituto que morre no lugar dele.
Por que havia o dia da expiação?
(2) Isso era necessário porque Deus estabeleceu mesmo antes de haver o pecado entrado no mundo que a punição para a desobediência era a morte:
“mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17).
Mas sendo misericordioso, Deus aceitou substitutos que fariam expiação pela vida do ser humano. No Antigo Testamento Deus determinou que fossem alguns tipos de animais.
Claro, tudo isso era provisório, pois animais não tem, de forma plena, como tirar pecados, mas tudo apontava para Cristo, que pagaria essa dívida de forma plena!
“Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hebreus 10:3-4).
Entendendo essa questão, agora vamos entender como funcionava esse dia da expiação no Antigo Testamento.
Funcionamento do dia da expiação:
(3) O dia da expiação era realizado sempre no dia dez do sétimo mês do calendário judaico: “Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós” (Levítico 16:29).
Somente neste dia era permitido ao sumo sacerdote (chefe dos sacerdotes) entrar no Santo dos santos, aquela parte do tabernáculo (e mais tarde do templo) onde ficava a arca da aliança:
”Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados…” (Levítico 16:34). O objetivo era exatamente buscar o perdão de Deus para toda a nação.
(4) O dia da expiação tinha regras cerimoniais rígidas que deveriam ser seguidas. Veja um breve resumo de como funcionava:
a) O sumo sacerdote se banhava e se vestia (Levítico 16:4)
b) Ele sacrificava por si mesmo um touro como oferta pelo pecado (Levítico 16:6)
c) Ele entrava no Santo dos Santos e “salpicava” a arca da aliança com o sangue do touro (Levítico 16:12-14)
d) Ele tomava dois bodes. Um seria o bode “emissário” e o outro seria o “bode expiatório”, que seria sacrificado pelo pecado do povo (Levítico 16:7-8)
e) Um dos bodes, o expiatório, era então sacrificado pelos pecados do povo (Levítico 16:9,15)
f) O sumo sacerdote ia até o Santo dos santos e “aspergia” o sangue no propiciatório (tampa da arca da aliança) (Levítico 16:15)
g) Ele saia para a parte externa da tenda da congregação e a “salpicava” com esse sangue (Levítico 16:16)
h) No pátio do tabernáculo ele “aspergia” com sangue o altar principal (altar do holocausto). (Levítico 16:18-19)
i) Ele confessava os pecados do povo e colocava as mãos sobre a cabeça do “bode emissário (Levítico 16:21)
j) O bode emissário era enviado ao deserto (Levítico 16:21-22)
k) O sacerdote tirava as vestes de linho, se banhava e colocava novamente suas roupas (Levítico 16:23-24)
l) Ele oferecia então holocaustos por si mesmo e pelo povo (Levítico 16:24-25)
(5) Era dessa forma que era feito o dia da expiação uma vez ao ano. Hoje em dia não mais temos a necessidade de realizar esse tipo de cerimônia, pois ela apontava para o cordeiro que seria morto em um sacrifício perfeito, que é o nosso Senhor Jesus, que nos reconciliou com Deus pelo Seu sangue inocente derramado no lugar de nosso sangue culpado, fazendo uma expiação perfeita que nos mantém unidos com o Deus santo, bastando que nos arrependamos e pela fé busquemos o perdão em Deus.
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