É verdade que a primeira vez que choveu foi no dilúvio?

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Mas por que muita gente acha que ESTUDAR A BÍBLIA pode ser de qualquer jeito, sem MÉTODO?

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Você Pergunta: Não sei se estou correto, mas, aparentemente a Bíblia só menciona que houve chuva sobre a terra no dilúvio. Isso significa que até aquele momento não havia ainda chovido sobre a terra? Pode me ajudar a entender esse tema?

Caro leitor, de fato, a primeira menção bíblica que temos de chuva caindo sobre a terra está em Gênesis 7:12, que diz: “e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites”.

Mas será que isso significa que não havia chovido ainda sobre a terra? Ou seja, desde a criação até o momento do dilúvio não havia caído uma só gota de chuva sobre a terra? Provavelmente essa ideia está errada, e vou explicar porquê:

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Antes do dilúvio já chovia sobre a terra?

(1) Existe um grupo de pessoas que crê que antes do dilúvio Deus ainda não havia derramado as chuvas como a conhecemos. Isso tem por base o texto de Gênesis 2:5-6.

“Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo” (Gênesis 2:5-6).

Segundo essa interpretação, essa condição de uma neblina que subia da terra e regava o solo permaneceu até o dilúvio (ou seja, durou centenas de anos) quando, então, Deus apresentou a chuva ao mundo como um juízo por causa da gravidade do pecado em que estavam vivendo:

“Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites; e da superfície da terra exterminarei todos os seres que fiz” (Gênesis 7:4)

(2) No entanto, a meu ver, essa interpretação não se sustenta pelos pontos que explicarei na sequência.

O texto de Gênesis 2:5-6 retoma a explicação da criação descrita de forma resumida em Gênesis 1. Aqui em Gênesis 2 temos um detalhamento maior.

O que está sendo explicado aqui é que ainda não estava completo o ciclo da criação, estava sendo realizado, estava em curso.

É por isso que não havia ainda chovido sobre a terra. Observe que existe a explicação de que não havia ainda brotado erva e nem planta “porque” Deus não havia feito chover e também “porque” não havia homem para lavrar o solo.

O que podemos ver é a explicação de que a obra de criação ainda não estava completa, com todos os seus ciclos e detalhes, realizados nos seis dias da criação. Deus estava “colocando ordem no caos”.

A sequência da leitura de Gênesis 2 nos mostra isso, pois nos leva rapidamente ao sexto dia da criação, quando homem e mulher foram criados! Ou seja, a chuva ainda não havia caído porque a criação ainda não estava finalizada de forma completa.

“Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7) – Isso ocorreu no sexto dia – Gênesis 1:26,31.

(3) O texto nos leva a compreender que depois de resolvidos “os porquês”, tudo estaria como Deus estabeleceu, ou seja, com homem e mulher criados, com todo o ciclo natural estabelecido nos seis dias de criação, então, temos sim chuvas a partir daí.

Não me parece correto pensar que essa neblina que subia da terra foi algo provisório que Deus fez, mas que durou centenas de anos, já que na época do dilúvio já temos centenas de anos passados desde a criação (quando olhamos as genealogias percebemos isso).

E que, só depois, a chuva (que é permanente no ciclo da criação) passou a existir. Não faz sentido isso dentro das narrativas que temos de Gênesis.

(4) Sendo assim, parece-me mais harmonioso com o relato de Gênesis pensar que tivemos sim chuvas antes do dilúvio e que elas ocorreram logo após Deus finalizar a criação, como algo normal dentro da natureza criada.

E assim as chuvas passam a seguir os ciclos naturais como determinado por Deus segundo a vontade Dele.