Saiba onde na Bíblia menciona o Dia de Finados

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Onde na Bíblia encontramos detalhes sobre o Dia de Finados? Eu já perdi meu pai e minha mãe e sempre fico muito comovida nessa época, mas, na minha igreja, há pessoas muito insensíveis com essa data! Nós, crentes, não podemos lembrar dos mortos? Não podemos homenageá-los, sendo que foram pessoas muito importantes para nós?

Cara leitora, sempre que falamos do Dia de Finados, pensando no que a Bíblia diz, devemos saber separar o que existe na Bíblia sobre isso daquilo que é apenas uma tradição religiosa que não faz parte da fé reformada. Esse é o pontapé inicial!

Pensando nisso, sabemos que a Bíblia, em nenhum verso, fala a respeito de um dia para homenagear mortos. No entanto, a Bíblia também não proíbe especificamente que haja um dia como esse!

Sendo assim, a nossa análise acaba sendo sobre o que é feito nesse dia e não muito especificamente sobre existir um dia para fazer homenagens a pessoas que já morreram!

Algumas perguntas surgem aqui: As práticas realizadas nesse dia são corretas? São bíblicas? Contrariam algo que a Bíblia ensina?

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Onde temos o Dia de Finados na Bíblia?

(1) Começo falando do respeito que a Bíblia demonstra aos mortos. Temos, por exemplo, personagens bíblicos sendo respeitados após sua morte, com grande comoção. José ficou em luto intenso por seu pai Jacó por sete dias:

“Chegando eles, pois, à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali grande e intensa lamentação; e José pranteou seu pai durante sete dias” (Gênesis 50:10).

Moisés, por exemplo, foi pranteado por 30 dias, demonstrando a grande tristeza que o povo teve pela sua perda:

“Os filhos de Israel prantearam Moisés por trinta dias, nas campinas de Moabe; então, se cumpriram os dias do pranto no luto por Moisés” (Deuteronômio 34:8).

Os ossos de José do Egito foram transportados do Egito para Canaã cerca de 400 anos após a sua morte!

“Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente Deus vos visitará; daqui, pois, levai convosco os meus ossos” (Êxodo 13:19).

Concluímos aqui que não é pecado chorar por nossas perdas nem lembrar o legado que pessoas que já morreram deixaram em sua passagem pela terra! Também não é pecado zelar pelos restos mortais daqueles que já se foram!

Por exemplo, Hebreus 11 cita o legado de fé de diversos personagens:

“Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou” (Hebreus 11:21).

Então, não existem problemas no Dia de Finados?

(2) O Dia de Finados começa a virar um problema quando se atribuem coisas aos mortos que vão além do que a Bíblia ensina! Por exemplo, os israelitas foram severamente advertidos por Deus sobre o cuidado com a forma como lidavam com questões sobre os mortos:

“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos” (Deuteronômio 18:10-11).

De forma prática, o que vemos no Dia de Finados sendo praticado por muitas pessoas é justamente atribuir aos mortos aquilo que não deve ser atribuído!

Por exemplo, pessoas acendem velas para os mortos, ajoelham-se perante imagens e fotos deles ou diante do local onde foram enterrados, fazem peregrinações a túmulos de pessoas famosas, consideradas “milagreiras”, e uma série de outros absurdos totalmente contrários ao que ensina a Bíblia.

Aqui onde moro, é comum ver faixas com escritos dizendo que a pessoa alcançou uma graça (uma cura, um livramento, por exemplo) por causa do “fulano” que já morreu e é milagreiro! Um claro exemplo do que não se deve fazer em relação às pessoas que já morreram!

A Palavra de Deus mostra que Deus não divide a sua glória de nenhuma forma. E isso devemos ter em mente quando pensamos no Dia de Finados:

“Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8).

O Dia de Finados, então, é todo ruim?

(3) Biblicamente, não vejo que seja pecado ter respeito pelas memórias de pessoas que já morreram, nem lembrar de seus legados. Também não vejo que seja pecado manter o túmulo em ordem, pois o cemitério é um local público e existem regras de zelo e cuidado com os túmulos. 

Também não considero um erro levar flores para deixar o local bonito. O crente faz bem em ter esse tipo de zelo e respeito!

Mas deve-se tomar muito cuidado, pois é muito fácil sair de uma mera homenagem e zelo para a idolatria!

A meu ver, temos ainda um aspecto positivo no Dia de Finados, que é a reflexão sobre a morte, pela qual cada um de nós passará. Sendo assim, é um período interessante para reflexão e evangelização! Salomão observou bem essa questão, quando escreveu:

“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração” (Eclesiastes 7:2).

Sendo assim, já que o Dia de Finados existe e o feriado já está proclamado em nossa nação, aproveitemos para gerar algo de positivo, mesmo na vida daqueles que estão usando esse dia da forma incorreta!

Eles podem ser impactados neste dia com a mensagem de vida do evangelho, por meio de pessoas que exponham a eles uma reflexão respeitosa e clara sobre a importância de entregar a vida a Jesus, aquele que venceu a morte e salva o pecador arrependido e também serem impactados com um testemunho correto no que se refere a tratar a questão sobre os mortos biblicamente. 

Como bem disse o Senhor, existe uma verdade que é importante que seja proclamada:

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25).

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