Foi Judas ou foram os sacerdotes que compraram o campo onde Judas morreu?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Estou confuso com uma questão: na leitura dos Evangelhos e de Atos dos Apóstolos, há uma informação que parece não bater. Em Atos 1:18-19, diz que Judas comprou o campo onde morreu com o preço da iniquidade. Porém, como ele pode ter comprado, se em Mateus 27:5-7 diz que ele jogou as moedas de volta na direção dos sacerdotes e que foram os sacerdotes que compraram?

A história de Judas, que era um dos discípulos de Jesus e o traiu, impressiona pela forma como ela acontece e como ela termina! Ela termina com a morte de Judas e a compra de um campo!

Porém, parece haver contradições nos textos bíblicos sobre isso! Será que existe uma explicação para tudo que aconteceu da forma como aconteceu?

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O campo de Judas: Mateus 27 e Atos 1 estão em contradição?

Os relatos sobre Judas Iscariotes em Mateus 27 e Atos 1 têm intrigado muitos leitores das Escrituras. À primeira vista, pode parecer que os textos se contradizem, mas, ao analisarmos mais profundamente o contexto e as possibilidades históricas, podemos entender como esses relatos se harmonizam precisamente.

O contexto dos relatos da compra do campo por Judas e pelos sacerdotes

Em Mateus 27:3-8, lemos que Judas, tomado pelo remorso após trair Jesus por 30 moedas de prata, devolveu o dinheiro aos sacerdotes, atirando-o na direção deles, antes de atentar contra sua própria vida:

“Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mateus 27:5).

Os líderes religiosos, por sua vez, consideraram que não seria correto colocar aquelas moedas no tesouro do templo, pois eram “preço de sangue”. Claro, a atitude deles era cheia de hipocrisia, já que tinham pegado esse dinheiro dali (possivelmente) para pagar Judas por ter entregado Jesus:

“E os principais sacerdotes, tomando as moedas, disseram: Não é lícito deitá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue” (Mateus 27:6).

Então, deliberaram comprar com esse dinheiro o “Campo do Oleiro”, um terreno que passou a ser usado como cemitério para estrangeiros:

“E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros” (Mateus 27:7).

Já em Atos 1:18-19, Lucas narra que Judas adquiriu um campo com o “preço da iniquidade” e que, nesse local, ao cair, “rompeu-se pelo meio”, provocando grande repercussão entre os habitantes de Jerusalém, que passaram a chamar o lugar de “Aceldama”, ou “Campo de Sangue”.

A deliberação dos sacerdotes

Os sacerdotes, que anteriormente haviam usado aquele dinheiro para corromper Judas, decidiram “dar um destino” às moedas de prata, a fim de evitar que elas voltassem ao templo. Assim, compraram o campo do oleiro. Como o texto em Mateus relata:

“E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros” (Mateus 27:7).

A decisão deles possuía uma aparência de justiça social, transformando aquele dinheiro “impuro” em algo aparentemente benéfico, como um cemitério que ajudaria necessitados estrangeiros. 

Porém, é importante lembrar que o gesto estava enraizado em hipocrisia, pois eram esses mesmos líderes que haviam planejado a prisão de Jesus e pagado (com esse dinheiro) Judas pelo ato de traição.

Como entender a “compra” por Judas?

No texto de Atos, Lucas declara:

“Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniquidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” (Atos 1:18).

Aqui, o termo “adquiriu” não deve ser interpretado literalmente como uma transação feita por Judas em vida. Em vez disso, o campo foi comprado pelos sacerdotes com as moedas que Judas devolvera.

Do ponto de vista jurídico, como aquele dinheiro era originalmente de Judas, poderia ser dito que ele adquiriu o campo, ainda que de forma indireta.

Os sacerdotes provavelmente fizeram a compra em nome de Judas, talvez para evitar qualquer associação direta entre o campo e o templo.

Não é difícil imaginar que eles (mentindo) pudessem justificar a aquisição como algo que refletia a vontade de Judas (quando estava vivo) ou, até mesmo, atribuíram a ele a intenção de destinar aquele dinheiro para o campo. São possibilidades dentro desse contexto!

A tragédia de Judas no campo

Atos narra de forma trágica o fim de Judas: “E, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” (Atos 1:18).

Enquanto Mateus descreve que Judas se enforcou, Atos complementa o relato com um detalhe adicional. É possível que Judas tenha se enforcado em uma árvore situada em um terreno elevado e que, após algum tempo, o galho tenha se quebrado ou a corda cedido, provocando sua queda. Essa queda teria resultado na descrição vívida e terrível feita por Lucas.

Esse evento traumático levou à associação daquele lugar com sangue, tanto pela morte violenta de Judas quanto pelo uso das moedas da traição. Assim, o nome “Aceldama” foi atribuído ao campo, uma palavra aramaica que significa “Campo de Sangue”.

Uma harmonia entre os relatos

Apesar das aparentes diferenças, os relatos de Mateus e Atos se complementam ao invés de se contradizerem. Mateus se concentra mais no remorso de Judas, enquanto Atos apresenta o impacto posterior de sua morte e a percepção popular sobre o campo.

A chave para entender a narrativa é considerar que os sacerdotes agiram em nome de Judas ao comprar o campo. Como o dinheiro usado era fruto da traição de Judas, Lucas corretamente atribui a ele a aquisição indireta do terreno.

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