Covil de salteadores: Qualquer tipo de venda feita na igreja é pecado?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
A Bíblia nunca foi tão FÁCIL de entender! Talvez você esteja ESTRANHANDO isso que acabou de ler, pois todo mundo diz que a Bíblia é DIFÍCIL DE ENTENDER!

Porém, depois que criei meu método TEXTO NA TELA de estudo da Bíblia toda e já o apliquei em mais de 25 mil alunos em meus 20 anos dando aulas, certamente posso afirmar que ficou FÁCIL estudar a Bíblia!

QUER COMPROVAR ISSO? Você também pode fazer parte desse grupo de pessoas que entendem a Bíblia com facilidade, estudando algumas horas toda semana!

Nosso método exclusivo te guia passo a passo para uma compreensão mais profunda da Palavra de Deus, com muita facilidade!

Porém, como atendo pessoalmente meus alunos, as vagas são limitadas!

Acesse agora o link com todos os detalhes desse material, pois pode sair do ar a qualquer momento ACESSAR DETALHES (Clique aqui)…

Você Pergunta: Vejo que muitas igrejas vendem diversas coisas dentro de seus templos. Já frequentei igrejas pequenas que fazem vendas e bazares para arrecadar fundos para alguma obra da igreja. Também já fui a igrejas grandes que têm até barracas de comida para as pessoas comerem depois do culto. Quando Jesus expulsou os mercadores do templo e os repreendeu, esse fato também se aplica à igreja hoje em dia? Ou seja, essas vendas que são feitas estão contra a Palavra de Deus?

“E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores” (Mateus 21:13).

A ação de Jesus ao expulsar os mercadores do templo sempre desperta debates intensos, principalmente quando comparada com práticas que vemos nas igrejas contemporâneas. 

Será que aquilo que Jesus criticou se aplica a qualquer igreja de nossos tempos que faça a venda de algum item antes, durante ou depois dos cultos de adoração? A resposta a essa questão precisa passar por uma análise correta do que aconteceu ali em Jerusalém.

Inscreva-se em nosso canal (clique): https://m.youtube.com/andresanchez

Por que haviam vendas no templo de Jerusalém

No templo de Jerusalém, existia uma atividade comercial que, até certo ponto, era legal e necessária. No pátio externo, conhecido também como pátio dos gentios, comerciantes e cambistas operavam para atender à necessidade daqueles que, vindos de locais distantes, necessitavam comprar animais para os sacrifícios e trocar o dinheiro por moedas aceitas no templo (Principalmente para o pagamento do imposto do templo – Mateus 17:24). 

Essa prática possibilitava que tanto judeus quanto gentios (convertidos e simpatizantes do judaísmo) pudessem participar das festividades e rituais religiosos, uma vez que não era viável, para muitos, transportar seus próprios animais por longas distâncias.

Essas operações comerciais tinham respaldo na legislação e na prática cultural da época. Contudo, o que se transformou em um problema sério foi o desvirtuamento dessa atividade. 

Ao invés de facilitar o acesso ao templo e ao culto, os comerciantes passaram a explorar a fé dos fieis, cobrando preços abusivos e praticando taxas exorbitantes no câmbio. 

Assim, o espaço sagrado, que deveria ser destinado à adoração e à comunhão com Deus, foi corrompido por interesses financeiros e pela exploração.

A ação de Jesus: uma crítica à corrupção

Quando Jesus entrou no templo, deparou-se com uma situação que contrariava o propósito original daquele lugar. Ele não se indignou exatamente pela existência de coisas sendo vendidas ou pelo câmbio que era feito no pátio externo, mas sim pelo abuso que estava sendo cometido com o uso da fé dos fieis.

Esse episódio é narrado de forma clara no Evangelho de Mateus, quando Jesus expõe o ponto central da questão:

“E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.” (Mateus 21:13).

Nestas passagens, a mensagem de Jesus é contundente. Ao declarar que o templo seria chamado “casa de oração”, Ele reafirma o propósito primordial daquele lugar, que era a comunhão com Deus e a expressão de uma fé genuína.

Ao utilizar a expressão “covil de salteadores”, Jesus denuncia a transformação do templo em um espaço dominado pela ganância, onde a exploração e a corrupção se sobrepõem à verdadeira adoração.

Jesus criticou não apenas os mercadores e cambistas, mas também a complacência das autoridades religiosas, que permitiam e, de certa forma, se beneficiavam desse sistema de exploração. 

A prática corrupta distorcia a lei e a fé, transformando rituais sagrados em oportunidades de lucro e poder, criando uma religiosidade vazia e desprovida do espírito de justiça e amor que Deus deseja.

A profecia de Isaías: um chamado universal à adoração

Para fundamentar Sua crítica, Jesus citou um texto do profeta Isaías, que vislumbrava uma nova era de adoração, aberta a todas as nações, onde a fé não estaria sujeita à exploração ou à corrupção. Isaías profetizou:

“também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.” (Isaías 56:7).

Esta passagem reforça a ideia de que a casa de Deus deve ser um espaço de acolhimento e comunhão, livre de práticas que desvirtuem o propósito de adoração. 

A visão profética de Isaías é de um templo que serve como ponto de encontro para pessoas de todas as nações, onde os sacrifícios e rituais são realizados com pureza de coração e sem interesses lucrativos. 

A crítica de Jesus, portanto, não se restringe ao contexto do templo judaico, mas ecoa um chamado universal para que o espaço dedicado a Deus seja sempre preservado como um local de reverência, oração e comunhão.

Aplicação dos princípios bíblicos nos tempos atuais

A partir deste episódio, surge uma questão relevante para as igrejas contemporâneas: as práticas de venda realizadas durante os cultos ou bazares que visam arrecadar fundos para obras da igreja estão em desacordo com os ensinamentos bíblicos?

A essência da adoração e do propósito do espaço físico

Em primeiro lugar, é importante compreender que os princípios de adoração e zelo pelas coisas de Deus são atemporais. O que Jesus condenou foi a exploração da fé e a transformação do templo em um “covil de salteadores”. Nos dias atuais, qualquer atividade que desvirtue o propósito central de um encontro de adoração deve ser cuidadosamente avaliada.

Quando as vendas de algum item ou bazares promovidos dentro ou em torno do espaço de culto comprometem o tempo e o foco dedicados à oração, ao estudo da palavra e à comunhão entre os irmãos, elas se afastam dos ensinamentos de Cristo. 

A prioridade deve ser sempre a adoração a Deus e o cultivo de uma fé sincera e vibrante. Assim, vendas que atrapalham o culto e que exploram financeiramente os fieis não devem encontrar lugar no contexto de adoração.

Momentos de comunhão e apoio às obras do Senhor

Por outro lado, iniciativas que promovem a comunhão entre os membros da igreja, como a organização de refeições ou bazares realizados fora do horário de culto, podem ser vistas de forma positiva, desde que, a meu ver, cumpram dois critérios essenciais:

Alinhamento com o propósito de adoração: Toda atividade deve ser orientada para fortalecer a fé e promover a adoração em espírito e em verdade, sem se tornar um meio de lucro desonesto ou exploração.

Transparência e justiça: Qualquer arrecadação de fundos deve ser realizada de maneira transparente, sem a imposição de taxas abusivas ou práticas que possam ser interpretadas como exploração dos fieis.

Dessa forma, é possível utilizar as vendas e outras atividades administrativas para apoiar a obra do Senhor, desde que elas não comprometam o ambiente de adoração e mantenham o foco na edificação espiritual da comunidade.

A distinção entre o templo histórico e os espaços de adoração modernos

Devemos ter em mente que não podemos comparar de forma direta o templo de Jerusalém, com toda a sua complexidade cultural, legal e histórica, com as igrejas atuais. 

O templo era um símbolo central na Lei de Moisés que, apesar de sua importância, acabou sendo corrompido por práticas que exploravam a fé. Cristo, inclusive, profetizou seu término, que não ficaria pedra sobre pedra! E ele, de fato, foi destruído no ano 70 d.C.

Hoje em dia não temos mais um templo central de adoração. A igreja de Cristo está espalhada por toda a terra, Cristo já fez o sacrifício único pelos nossos pecados e os espaços que usamos para adoração, não tem um aspecto de sagrado em si mesmos! Mas o que fazemos nesses locais é o que importa!

Portanto, a crítica de Jesus se refere especificamente à distorção dos propósitos divinos, e não à existência de atividades que, quando realizadas com integridade e foco, possam fortalecer a comunhão e apoiar as causas do Reino de Deus. 

A essência da adoração, como ensinada por Cristo, deve sempre ser preservada, e qualquer prática que se desvie desse caminho precisa ser revista e ajustada.

Você pode ler MAIS UM ESTUDO agora? Escolha um abaixo e clique:

Compartilhe este estudo:
  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • WhatsApp