Por que só o sábado foi abolido se os 10 mandamentos ainda valem?
Você Pergunta: Por que apenas nove dos dez mandamentos são obedecidos? Se temos ali mandamentos escritos pelo dedo de Deus, como podemos aceitar que um dos dez mandamentos seja abolido pela maioria das igrejas? Isso não entra na minha cabeça! Consegue responder a esse questionamento?
Sabemos que os dez mandamentos fazem parte daquilo que chamamos de lei moral de Deus, ou seja, são mandamentos que servem para todos os tempos.
Essa classe de mandamentos é diferente dos mandamentos cerimoniais que tiveram um tempo de prática e depois foram abolidos porque se cumpriram em Cristo.
Um exemplo bem claro disso são os sacrifícios de animais! No entanto, saber disso causa certa confusão na mente de muitas pessoas, pois, se os dez mandamentos estão ainda em vigor, porque as pessoas parecem não cumprir o sábado?
A resposta a essa pergunta está em um erro que a maioria das pessoas comete ao analisar o sábado.
Desde o monte Sinai, Deus demonstrou sua autoridade e soberania, entregando a Moisés as duas tábuas do Testemunho, que continham os mandamentos escritos pelo próprio dedo de Deus. Conforme lemos:
“E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” (Êxodo 31:18).
Esse fato reafirma a origem divina da lei e a importância da mensagem que nela está contida. Contudo, surge a dúvida: se todos os mandamentos são válidos para todas as épocas, por que há tanta controvérsia sobre o sábado?
Hoje, vamos explorar detalhadamente esse tema à luz da Palavra de Deus, compreendendo o propósito do Senhor ao instituir o sábado, como ele é apresentado nas Escrituras e de que forma sua essência é preservada, mesmo quando a observância é feita em dias diferentes.
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O Sábado na Lei de Deus
Quando Deus entrega os dez mandamentos, um deles diz: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êxodo 20:8).
Este mandamento determina que um dos sete dias da semana deveria receber uma atenção especial, o qual seria reservado para a adoração e o descanso. Em seguida, a lei esclarece:
“Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus…” (Êxodo 20:9-10a).
Dessa forma, fica clara a proporção estabelecida por Deus: seis dias de trabalho e um dia de descanso, destinado à comunhão com o Criador.
É importante compreender que a regra não se limita a um mero “dia” da semana, mas sim ao princípio de separar um tempo para a adoração e para um descanso que glorifica o Senhor.
Esse descanso espiritual e físico, instituído por Deus, era um sinal da aliança e da fidelidade que os servos de Deus deveriam demonstrar.
Ao cumprir essa lei, os fieis não apenas obedeciam a um mandamento, mas também reconheciam a soberania divina e a importância de se colocar Deus no centro da vida.
A interpretação errada do sábado
O erro que muitos cometem é analisar o sábado apenas como um dia específico, engessado, sem considerar o propósito central do mandamento.
Esse mesmo equívoco foi cometido pelos fariseus, que se apegavam à literalidade do dia sem perceber o espírito da lei. Jesus, em sua sabedoria, corrigiu essa visão estreita, fazendo uma pergunta incisiva:
“A seguir, lhes perguntou: Qual de vós, se o filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado?” (Lucas 14:5).
Com essa reflexão, Jesus expôs a hipocrisia daqueles que valorizavam a forma em detrimento do conteúdo, ou seja, se preocupavam mais em seguir regras sem compreender seu significado profundo.
O ensinamento de Jesus nos mostra que o verdadeiro cumprimento do sábado não reside na rigidez do dia em que se observa o descanso, mas na prática do princípio que ele representa: a separação de um tempo para adoração e descanso, que reflete nossa confiança e dependência em Deus. E, claro, conforme Jesus deixou cristalino sobre o que fazer nesse dia:
“Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio” (Marcos 3:4).
A preservação do mandamento e a questão do domingo
Alguns podem questionar que, ao longo dos séculos, especialmente com a predominância do cristianismo, o dia de adoração passou a ser observado no domingo, o dia da ressurreição de Jesus.
É preciso esclarecer que essa mudança de prática não significa que o sábado foi abolido. Pelo contrário, o princípio dos “seis dias de trabalho e um dia de descanso” se mantém firme e inalterado.
O que se alterou foi a forma de celebração, adaptando-se ao contexto e à nova realidade de um povo que reconhecia o dia da ressurreição de Cristo como uma data especial de honrar o nome de Jesus!
O apóstolo Paulo enfrentou críticas similares no tempo em que se discutia qual dia deveria ser observado. Ele afirmou:
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17).
Essa passagem deixa claro que o foco não deve ser a rigidez do calendário, mas a essência do mandamento: dedicar um tempo para honrar a Deus.
Assim, mesmo quando a comunidade cristã opta por se reunir no domingo, o princípio permanece intacto – seis dias de labuta seguidos de um dia separado para o Senhor.
A importância de compreender o espírito do mandamento
O ensino que extraímos das Escrituras é que o sábado não foi abolido, mas sim compreendido de maneira mais profunda e espiritual.
Os servos fieis de Deus, ao separar um dia para a adoração e o descanso, cumprem os dez mandamentos ao reconhecerem que Deus é o centro de suas vidas.
Essa prática não se restringe ao ato mecânico de “não trabalhar”, mas envolve uma atitude de reverência e dedicação ao Senhor, buscando sempre a renovação espiritual.
Portanto, a discussão não se resume a qual dia da semana é observado. O que realmente importa é o reconhecimento da necessidade de reservarmos um tempo, independentemente do dia no calendário, para descansar e nos conectar com Deus.
Ao vivermos essa verdade, garantimos que o propósito do sábado – o descanso e a adoração a Deus – seja cumprido, mantendo a integridade dos dez mandamentos e a essência da lei moral que nos foi dada.
Conclusão
Em síntese, os dez mandamentos, inclusive o que ordena a guarda do sábado, são válidos para todos os tempos, constituindo a lei moral de Deus.
O que frequentemente gera confusão é a interpretação superficial que se dá ao sábado, focando somente no dia e não no seu real significado.
Deus instruiu: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êxodo 20:8), e estabeleceu que seis dias de trabalho deveriam ser seguidos de um dia separado, de descanso e adoração. Jesus corrigiu a visão legalista dos fariseus, demonstrando que o verdadeiro espírito da lei transcende a rigidez dos rituais (Lucas 14:5).
Além disso, o apóstolo Paulo reforçou que a observância de dias, de sábados e outros da lei, não deve ser motivo de condenação, mas sim um reflexo da nova aliança em Cristo, onde o princípio dos mandamentos permanece (Colossenses 2:16-17).
Portanto, não se trata de uma abolição do mandamento, mas de uma compreensão mais profunda do seu propósito. O descanso e a adoração devem ser vivenciados com sinceridade e fé, reconhecendo que a essência do sábado – o descanso e a comunhão com Deus – continua sendo um pilar fundamental para aqueles que desejam seguir os ensinamentos divinos.
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