Raposas, aves, covis, ninhos, Jesus não tem onde reclinar a cabeça. Entenda!
Você Pergunta: Quando Jesus diz que as raposas têm seus covis e as aves dos céus, ninhos, mas Ele não tem onde reclinar a cabeça, o que Ele está querendo dizer aos seus discípulos? Não consigo compreender bem as lições desse ensino para os nossos dias também. Pode nos ajudar a entender?
Essa resposta de Jesus, enigmática e bastante profunda, foi dada em razão de uma afirmação feita por uma pessoa, que o texto não especifica o nome.
O contexto dessa fala é importante: Jesus estava “no caminho”, indo para Jerusalém, como diz o evangelista Lucas, quando encontrou algumas pessoas que se mostraram dispostas a segui-lo.
Uma delas disse: “Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores” (Lucas 9:57).
À primeira vista, essa é uma bela declaração. Quem não ficaria feliz em ouvir de alguém uma entrega tão total? No entanto, Jesus, que sonda os corações, não se deixa levar apenas por palavras. Sua resposta parece ir ao mais profundo do coração daquele que falava.
Poderíamos chamar essa pessoa de um “discípulo duvidoso”: alguém que até expressa o desejo de seguir a Jesus, mas ainda não compreendeu o custo real dessa decisão. Jesus, então, decide testá-lo com uma resposta que nos ensina até hoje. Vamos analisá-la!
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Jesus, raposas e aves
“Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lucas 9:58).
Com sabedoria, Jesus responde usando uma imagem tirada da natureza, facilmente compreensível àquele que o ouvia. Ele menciona dois tipos de criaturas conhecidas dos ouvintes: as raposas e as aves.
Esses animais, ainda que sejam simples ou selvagens, têm seus abrigos — tocas e ninhos — onde podem descansar, se proteger, viver com certo conforto dentro da sua vida natural. São locais estáveis, que fornecem segurança e conforto.
Em contraste, Jesus se apresenta como alguém que, mesmo sendo o Messias, o próprio Filho de Deus, não possuía um lugar sequer onde pudesse repousar sua cabeça com tranquilidade.
Isso não quer dizer que Jesus nunca dormia ou que não havia quem o hospedasse, mas aponta para a realidade de sua missão: uma vida de constante movimento, de rejeição sentida na pela e de renúncia.
Naquele momento de seu ministério, Jesus já enfrentava hostilidade de muitos líderes religiosos, além do desprezo de muitos de seu próprio povo. Seus dias eram de trabalho incansável, viagens contínuas e constante oposição.
Não era um momento para conforto e estabilidade. Quem quisesse segui-lo, precisaria entender que não receberia em troca estabilidade terrena, luxo e coisas do tipo, mas uma vida de entrega, renúncia e fé, assim como a do Mestre!
Seguir Jesus tem custo
A resposta de Jesus é, portanto, uma espécie de “alerta” amoroso. Ele deseja que aquela pessoa pense bem antes de tomar uma decisão tão séria quanto a de segui-lo.
Jesus está ensinando que o discipulado verdadeiro não se baseia em entusiasmo emocional ou promessas de bênçãos terrenas imediatas. É preciso calcular o preço.
Essa lição se reforça na sequência do texto, quando Jesus toma a iniciativa e convida outra pessoa a segui-lo:
“A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai” (Lucas 9:59).
Esse homem se viu diante de um dilema: seguir Jesus ou cumprir um dever familiar. O pedido não era ruim em si, mas o que está em jogo aqui é a prioridade.
A resposta de Jesus a esse pedido demonstra que o chamado ao discipulado tem precedência até mesmo sobre os deveres familiares: Ele deve ser o primeiro em nossas vidas, acima de tudo.
Seguir a Jesus não é apenas dizer “sim” em palavras, mas viver esse “sim” com todo o coração. Não se trata apenas de crer intelectualmente ou de participar de atividades religiosas.
Trata-se de viver uma nova vida, com novos valores, novos objetivos e uma nova disposição de coração. E isso, naturalmente, custa. Custa reputação, conforto, tempo, preferências pessoais e, às vezes, relacionamentos.
Aplicações para os nossos dias
Nos tempos atuais, a mensagem de Jesus continua tão desafiadora quanto antes. Vivemos em uma sociedade que valoriza o conforto, a estabilidade, o sucesso financeiro e a aceitação social.
Dizer “sim” a Jesus ainda implica, em muitos casos, em abrir mão de muitas dessas coisas. Há quem perca amigos, empregos ou oportunidades por causa de sua fidelidade a Cristo. Há quem experimente zombarias, exclusões, críticas e até perseguições.
Por isso, o chamado de Jesus exige que o discípulo reflita com zelo, carinho e seriedade. O compromisso de seguir ao Senhor não é um passo superficial, nem deve ser dado por impulso ou apenas emoção.
Como Ele mesmo afirmou em outra ocasião: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lucas 14:28).
Nosso compromisso com Jesus deve estar acima das outras prioridades. Se trocarmos Jesus por qualquer outra coisa — família, conforto, sonhos pessoais, estabilidade — não conseguiremos segui-lo até o fim. E seguir até o fim é essencial: “Mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mateus 24:13).
Conclusão
A resposta de Jesus àquele homem que desejava segui-lo nos ensina muito. Jesus não busca seguidores empolgados, mas sim discípulos comprometidos.
Ele não ilude ninguém com promessas de facilidades, mas mostra desde o início o caminho estreito do discipulado.
Ser cristão é carregar a cruz, é andar com Ele mesmo quando tudo parece difícil. Mas é também experimentar uma alegria e uma paz que o mundo não pode oferecer.
Afinal, embora o Filho do Homem não tivesse onde reclinar a cabeça aqui na terra, Ele preparou para seus discípulos uma morada eterna — e nela sim, haverá descanso sem fim.
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