Temos o direito de nos vingar?
“não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” (Rm 12:19)
Vingar-se é buscar retribuir o mal sofrido. Quando alguém busca a vingança, normalmente busca para descontar, para devolver aquilo que foi feito de mal a ela. Normalmente, o ódio anda junto da vingança, fazendo dela uma arma perigosa. Até certo ponto as pessoas aceitam muito bem a vingança como justa e normal, principalmente quando é executada diante de uma injustiça evidente.
A questão é que Deus não aceita que nos vinguemos das pessoas, por mais males que tenham feito a nós. Deus, no máximo, aceita que fiquemos irados, mas, como orientou Paulo, sem que a ira nos domine e nos leve a pecar. “Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha” (Ef 4:26 – NVI)
Deus toma para si o direito de se vingar, ou seja, a retribuição justa, na medida certa deve vir através Dele. Esse direto não deve ser usurpado, pois nenhum ser humano tem a capacidade de aplicar uma pena que seja cem por cento justa; apenas Deus tem essa capacidade. “…A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” (Rm 12:19)
Por esse fato, não temos o direito de punir quem quer que seja. Temos o direito de perdoar e entregar a pessoa nas mãos do Senhor. É uma virtude difícil de praticar, principalmente porque culturalmente são valorizados como fortes aqueles que devolvem na mesma moeda, aqueles que se vingam, que retribuem o mal com o mal. Os fracos são apontados como os que tomam uma atitude de paz e de conciliação. Porém, vale lembrar a orientação bíblia: “Não torneis a ninguém mal por mal” (Rm 12:17)
É importante lembrar que temos leis humanas que ajudam a disciplinar os conflitos dentro da sociedade. As autoridades são instituídas por Deus para abençoar a sociedade. Cada uma das autoridades constituídas deve agir não por vingança, mas na justa medida da lei, sem acepção de pessoas [isso seria o ideal], aplicando as penas para promover a paz na sociedade. A ação das autoridades é abençoada por Deus; Ele deu poderes a elas. “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13:1)
Deus, portanto, não aceita que o “cidadão comum” aja com vingança, pois Ele não lhe deu esse direito. Cada um de nós deve avaliar o seu coração diante das situações que ocorrem e não se permitir agir com vingança.